Burle Marx é tema de palestra no Museu do Estado

Em comemoração ao centenário do paisagista, o fotógrafo Marcus Prado falará sobre a vida e a obra do “poeta dos jardins”

Passagens da biografia do paisagista que conseguiu imprimir uma identidade particular ao cenário recifense serão abordadas pelo fotógrafo Marcus Prado na palestra Burle Marx, o poeta dos Jardins, que acontece nesta quinta-feira (13), às 19h30, no Museu do Estado Pernambuco (Mepe). O evento integra as comemorações do centenário do arquiteto paulista que, incluem ainda o início do processo de tombamento de sete jardins públicos de sua autoria, anunciado na última terça-feira (5) pelo Governo do Estado. É como um grande aficcionado pelas diferentes paisagens da natureza que Marcus Prado irá tratar da obra de Marx, que se tornou reconhecido mundialmente por realizar projetos que aliam elementos da botânica com das artes plásticas. O paisagista implantou no país, especialmente na capital pernambucana, espaços verdes com referências diretas à vegetação tropical tipicamente brasileira, concedendo aspectos nacionalistas às suas obras. Na palestra, Prado irá expor parte de seu acervo fotográfico composto por imagens de paisagens de todo o mundo, indicadas pelo próprio Burle Marx em seus relatórios de viagem. As fotos, segundo ele, compõem o seu jardim pessoal e imaginário, cuja construção recebe influências fortes do paisagista. “Burle Marx conseguiu adequar o meio ecológico às exigências naturais da civilização. Ele desejava mudar o mundo, fazer história. Trabalhava movido à paixão”, afirma Prado.

Burle Marx - Nascido no dia 04 de agosto de 1909, Roberto Burle Marx era paulista, embora tenha passado boa parte de sua vida no Rio de Janeiro. Seu laço com o estado de Pernambuco é de origem materna, já que sua mãe, Cecília Burle, nasceu aqui.

Ele chegou ao Recife em 1934 para assumir o Setor de Parques e Jardins do Estado, durante o mandato do então governador Carlos de Lima Cavalcanti. Na projeção de seus jardins, sempre utilizou elementos da paisagem e vegetação local, considerando princípios da pintura, música e poesia. A Praça de Casa Forte, criada em 1935, foi o primeiro jardim público de sua carreira, que inclui ainda a construção de 24 jardins públicos e 34 privados.