segunda-feira, 20 de julho de 2009

O jogo em que todos ganham

Armando Monteiro Neto, da CNI, defende o corte de impostos como medida correta para enfrentar a crise internacional

“A crise não interrompeu os grandes investimentos em Pernambuco”

Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto acompanha do centro nervoso do setor produtivo brasileiro o desenrolar da crise financeira internacional. Deputado federal por Pernambuco, otimista em relação ao futuro, ele explica nesta entrevista por que o estado deve superar bem esse momento econômico. Mostra que as medidas adotadas pelo governo federal beneficiam não apenas a indústria e diz como a gestão Eduardo Campos se preparou para a crise.

Pernambuco vai conseguir superar essa onda internacional sem maiores traumas?

Armando Monteiro - O estado vem atravessando bem essa crise que se abateu sobre o mundo, com grandes reflexos aqui na economia do país. Tudo isso porque Pernambuco vinha crescendo a uma taxa superior, inclusive, à do país. Em 2008, cresceu 7%. E Pernambuco neste momento está com uma série de grandes investimentos em curso que não foram interrompidos pela crise. Além disso, o governo estadual ampliou a capacidade de investimento do estado. Neste ano, o governo Eduardo Campos vai investir mais de R$ 1,1 bilhão. Portanto, Pernambuco vai, sim, poder fazer essa travessia em condições melhores do que muitos estados do país.

As medidas de estímulo ao consumo devem ser ampliadas?

Armando Monteiro – Essas medidas que foram adotadas em boa hora pelo governo federal produziram os resultados esperados. Por exemplo: quando se tirou o IPI dos automóveis, especialmente dos automóveis populares, as vendas de veículos cresceram no Brasil de maneira muito significativa e talvez o Brasil seja um dos únicos países em que a venda de veículos no mercado interno não vai cair em relação ao ano anterior.
Isso significa manter os empregos em toda a cadeia produtiva desse setor tão importante. Quando se fala que as medidas de estímulo e de apoio ao setor automobilístico só beneficiam aqueles estados que tem empresas montadoras de veículos, essa não é uma visão correta. Porque esse setor movimenta uma extensa cadeia produtiva. Fábricas de componentes, de insumos, de autopeças que se localizam em todo o país. Por exemplo, em Pernambuco, nós produzimos baterias automotivas. A empresa líder na produção de baterias automotivas do Brasil fica sediada em Pernambuco. Portanto, quando se dá um estímulo ao setor automobilístico, você está mantendo os empregos em Pernambuco; toda a rede de distribuidores de veículos no país, que foi ativada com essas medidas.

Essas medidas beneficiam também outras cadeias produtivas?


Armando Monteiro - Elas foram importantes e devem ser ampliadas. Isso também foi feito em relação a outras linhas de produção da indústria, como, por exemplo, a linha branca (de utilidade doméstica), cujas vendas estão aumentando de maneira muito significativa e também as desonerações que foram feitas de materiais de construção para baratear, para reduzir o preço das habitações, sobretudo o preço da moradia popular.

Isso afeta de maneira positiva e direta apenas a indústria ou todo o comércio?

Armando Monteiro – Essas medidas, quando você reduz os impostos sobre o preço dos produtos, torna aquele bem acessível para a população, especialmente para a população de baixa renda. Então, o comércio está vendendo mais, está empregando mais e a população passa a ter acesso a esses bens que se tornaram mais baratos. Portanto, é um jogo em que todos ganham. Ganha a indústria, ganha o comércio, ganha o consumidor e ganha o país.

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